Thursday 29 May 2008

Actualidade


Não resisti a colocar o novo símbolo das bombas de gasolina...

Tuesday 27 May 2008

Sorte no meio da catástrofe...

Oucam o relato, na primeira pessoa, da experiência vivida pelo meu amigo Pablito Xaxier, mais conhecido por Marroc, que vive em Chengdu, a poucos kilómetros do epicentro do terramoto que se deu na China:

http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=345724&tema=27

As actualizacões estão no blog dele:

http://theshaoxingredemption.blogspot.com


Bjs e Abr, em especial para o Pablito Javi

Friday 23 May 2008

Farpa

Depois de jogarem de cor-de-rosa, só faltava mesmo um treinador com nome Flores... =)

Júlio

Qual é a probabilidade de encontrar alguém em Oslo que conhece bem Vilar Formoso???

Quarta-feira, estava num bar a ver a final da Champions, quando ouco alguém atrás de mim a dizer (para o Cristiano Ronaldo) “Anda, car....!”. Virei-me logo e fiz-lhe uma pergunta da qual eu já sabia a resposta... CLARO que só podia ser português! Com aquelas palavras e com a “emocao”com que as dizia, não podia ser outra coisa que não tuga! Chamava-se Júlio e, para além de visivelmente embriagado, tinha aspecto de estar completamente “acabado”.
Perguntou-me de onde é que eu era e quando eu disse VF, deu um salto. “Xiii... conheco muito bem! Trabalhei lá há uns 15 anos, ainda tu não devias ter nascido!” – isto depois de eu já lhe ter dito que tinha 25 anos, ao que ele respondeu dizendo que tinha o dobro da minha idade, ou seja, tinha 43 anos! :) Já podem ver a confusão que ia naquela cabecinha...
Continuámos a conversa e disse-me que trabalhou em Vilar a pintar passadeiras... Pelo que eu me lembro, se foi há 15 anos, o Júlio pintou as primeiras passadeiras de Vilar...
Ficava hospedado numa pensão que, pela descricão era a Pensão Candeias. Apesar de ser alfacinha, revelou-me que foi lá parar porque era, na altura (???), toxicodependente. Com a ajuda da REMAR arranjou trabalho e correu o país todo, tendo acabado em Braga como cozinheiro. Depois o “Chef”que era francês apostou nele e levou-o para o estrangeiro (não percebi bem porque o raciocínio dele não era muito estruturado...). Após passagem por alguns países, “caíu” aqui, onde está há 12 anos.
Fiquei contente por encontrar aqui um tuga, ainda para mais alguém que conhece bem VF, mas, ao mesmo tempo, fiquei triste por ver ao ponto a que se pode chegar quando a vida nos leva por maus caminhos...

Bjs e abr

Kiko

Tuesday 20 May 2008

Bergen

No fim-de-semana, eu e o Kardam decidimos ir até Bergen, a segunda maior cidade da Noruega (com 200 e tal mil habitantes). E assim foi, sexta apanhámos o comboio às 23h e chegámos às 7 da manhã. Comboio impecável. Fartei-me de dormir e, as poucas vezes que acordei, parecia que estava a sonhar... a paisagem era deslumbrante! Apesar de a viagem ser feita de madrugada, aqui amanhece por volta das 4 e tal... por isso consegui ver montanhas completamente nevadas e fiordes que pareciam fotografias de calendários... Nem queria voltar a adormecer, mas o sono era mais forte...
Chegados a Bergen, um frio descomunal que nem o meu novo casaco, tipicamente norueguês (que tive que comprar por ter pensado que vinha para Cuba ou coisa do género), me ajudou a superar.
Era o Dia Nacional da Noruega. As ruas já estavam cheias, tudo com trajes típicos e milhares de bandeiras por todo o lado. Dizem que é o dia mais importante do ano. Para quem acaba o liceu então, é a loucura. Depois de um mês inteiro de festa, chega o grande dia, todos com roupas iguais (umas calcas vermelhas, todas escritas e que eu, ao ver montes delas em Oslo, pensava que eram a moda) e sempre com garrafas e música alta por perto.
Por ser feriado, o nosso plano foi por água abaixo, literalmente! Queríamos ir de barco visitar os fiordes mais espectaculares no norte, mas só arranjámos um ferry-boat para sul, onde apesar de se verem alguns, não tem o mesmo impacto. Mas... valeu a pena!
Na viagem de regresso (umas 2 horas), o que faz um tuga, um indiano, um norueguês sério, um norueguês completamente bêbado e um escocês a viver na Noruega (fã do Rangers e acabado de chegar do caos da final da UEFA em Manchester)? É óbvio. Bebem umas jolas e falam de futebol. O norueguês sério (assíduo visitante de Lisboa, por ser professor e ter uma parceria com o Técnico) vai à mala e distribui umas latas de cerveja pela malta. Acabadas estas, o scottish tira do saco uma garrafa de Bacardi e cola. Os noruegueses (o bêbado e o prof) chegam ao destino, uma vila no meio do nada (pequena ilha) e entra no ferry um substituto à altura... outro norueguês a cair de bêbado! Era o Dia Nacional! O mais provável era encontrar malta assim e era por isso que o outro, apesar de sério e sóbrio, tinha o farnel na sacola...
Aquele juntou-se à equipa e convidou-nos a todos a ir beber um copo a um bar à chegada a Bergen, onde estariam a namorada e umas amigas. Pareceu-me muito bem, até porque as norueguesas... têm que se lhe diga!
Desilusão! Havia apenas uma amiga e o maior elogio que lhe posso fazer é que... era simpática. Jola atrás de jola, o grupo aumenta com dois amigos ingleses do escocês e... eram 6 da tarde e lembrei-me que ainda não tinha almocado e já não me aguentava em pé! Só já acordei no domingo...
Viagem de regresso a Oslo, desta vez quase sempre atento e a tirar fotos à paisagem. Tudo muito lindo, mas não era ali que eu queria estar... O meu lugar era no Jamor! Era onde eu deveria estar naquela altura, com os amigos Leões da Fronteira e de outros quaisquer lugares. Para além de não estar presente, não podia ver o jogo. “Mandem-me mensagens”, pedi eu. E as horas passavam e elas não chegavam... Estaríamos a perder e ninguém me queria dizer??? Até que... “Tíui!” o telemóvel tocou, “Tiuí”voltou a tocar... saltei de alegria e esqueci a tristeza de não estar lá com a minha malta.
Em 4 jogos com o FCP esta época, só fui a um e perdemos. Os outros ganhamos! Se calhar até é melhor eu não ir ver os jogos com os tripeiros. Se assim continuar, nem me chateio muito... Posso sempre ir até ao sítio que já encontrei em Bruxelas para ver a bola... o Café Portugal, menos requintado que o de Vilar, mas com tugas sem papas na língua e com café Camelo, Sagres e Super Bock com fartura....
Bem, espera-me mais uma semana de trabalho e regresso à “base” na sexta.

Bjs e Abr

Kiko

Oslo


Segunda, dia 12, 22h. Chegada a Oslo.
O primeiro impacto foi engracado... “Porquê que estão todos a correr como loucos? As malas ainda vão demorar a chegar...” - pensei eu. Só depois percebi... Estava tudo a ir para a loja de bebidas, que, pelo facto de ser duty free, se torna bastante apetecível num país onde se paga mais de 7 EUR por uma jola... Sim, SETE Euros! Apesar de serem de meio litro, o preco médio é ainda assim, no mínimo, exagerado para quem está habituado a beber mini barata... ;)
Depois eu e o Kardam (o meu colega indiano) apanhámos o táxi para o hotel. O aeroporto fica a 50km (!!!) da cidade e, como é óbvio, a despesa não foi pequena... 150 EUR e é porque o amigo decidiu desligar o taxímetro antes do final da “corrida”.
Em menos de uma hora, o país estava apresentado... caro, muito caro! Que era algo que eu já tinha ouvido falar, mas não fazia ideia que era tanto... (por exemplo, um Malboro, custa 11 EUR).
Eram já 23h e ainda o Sol não se tinha posto totalmente! É o que dá estar-se tão a Norte...
Dormida e, no dia seguida seguinte, pequeno-almoco com as outras duas colegas que entretanto tinham chegado, a Jana (Eslováquia) e a Teri (Senior Expert, que é da Malásia e veio só para este trabalho para ver como o fazemos).
Depois, veio o trabalho... O escritório é a uns 20km da cidade, o que é bom porque durmo sempre uns 20 minutos no caminho, que é feito num autocarro da empresa.
Reunião com a Administracao logo a abrir e eu com os olhos côr de quarto classificado na Liga (não eram cor-de-rosa) e a chorarem como se estivesse a descascar cebolas e não a ouvir a performance da (DHL) Noruega no último ano...
Senti-me um bocado embaracado por estar assim, mas pronto... foi passando ao longo da semana e agora já estou bom!
De resto a semana de trabalho correu bem. Muito mais tranquila do que aquilo a que estava habituado... o que não é nada mau! De resto há várias coisas aqui a que não estou nada habituado... almocar às 11.30 e jantar às 18.00, por exemplo. Mas pior... o almoco desta gente é só salada e um bocadinho de pão com qualquer coisa. Eu tenho que comer de garfo e faca! E algo quente de preferência! Mas, por outro lado, estou “cheinho” (no mínimo) e uma dieta não me faz nada mal... O problema é que ao jantar, devido aos precos, acabamos por comer sempre uma porcaria qualquer que destrói logo as poupancas calóricas do almoco. Só no primeiro dia é que jantámos num restaurante a sério. Fomos à marina de Oslo e o que é que eu pedi? Se estou na Noruega, quero bacalhau! Claro! Não estava mau, era nouvelle cuisine, com puré, espargos e molho de não sei o quê com mel mas mais uma conclusão: o bacalhau até pode ser da Noruega, e eles até podem ser os melhores a pescá-lo... mas quem o sabe cozinhar somos nós! Também não são os espanhóis (o que eu me irritei quando me disseram aqui que o bacalhau que exportavam era quase todo para Espanha). Somos nós e mais nada! Ponto.
E assim se passou a semana...

Bjs e Abr

Kiko

Wednesday 14 May 2008

O prometido é devido...

A equipa vencedora: Suécia
Silent Disco

A equipa polaca... tenho razão ou não??? :)


O primeiro fim-de-semana

Já comeco a acumular muitos dias sem escrever!
Mas aqui vai o meu primeiro fim-de-semana…
Comecou na sexta depois de almoco, quando a Elizabeth me foi buscar ao escritório para irmos visitar os apartamentos seleccionados. Bem, posso dizer que vi de tudo: bom, mau, barato, caro, bem localizado, mal localizado, mobilidado, por mobilar, com roupa interior feminina (bem sexy por sinal...) espalhada pelo chão... Quando digo que vi de tudo, é porque vi mesmo de tudo um pouco! Mas o que é certo é que valeu a pena. Fui eliminando candidatos, até ficar com 3 finalistas. O meu preferido, um apartamento completamente renovado, mesmo no centro da cidade (junto à famosa Grand Place), excedia o meu planfond. Outro apartamento excelente, a estrear, e com óptimo preco, ficava um bocado “deslocado”. Optei então por um estúdio bastante grande e muito bem localizado, numa praca chamada Gutenberg, perto de Schuman. Poderia descrever aqui com grandes pormenores a MINHA NOVA CASA, mas quem estiver realmente interessado pode vir vê-lo in loco. Para os outros, pode ser que depois ponha aqui uma foto ou outra...
A cansativa tarde acabou com umas pintjes fresquinhas no centro da cidade. Depois fui dormir porque sábado era dia de levantar cedo. Motivo: DHL EuroSoccer 2008. Numa cidadezinha chamada Lommel (perto da Holanda), que já teve um clube na Jupiler League (até a liga tem nome de cerveja... vá lá saber-se porquê...), há um fantástico complexo desportivo que, para além do estádio, tem 8 campos relvados. Foi aí que se realizou o mega-evento que reuniu equipas de futebol de toda a Europa, constituídas apenas por funcionários da empresa, devidamente acompanhadas por equipas de cheerleaders, que participaram também num concurso para eleger a melhor claque. Como futebol vejo quando quero, dei mais atencão ao concurso de cheerleaders. Ganhou a Suécia (não é difícil adivinhar porquê), mas não era a minha preferida... Apesar de, ao contrário do júri, eu não ter avaliado as competências técnicas das meninas, a Polónia apresentava grandes argumentos para vencer a competicão. Com a foto que coloquei podem perceber exactamente aquilo que eu quero dizer...
No futebol ganhou a Alemanha. Portugal acho que se ficou pelos oitavos. Era uma equipa temida porque o ano passado chegou à final.
Mas o melhor ainda estava para vir... À noite, no complexo onde estavam instaladas todas as delegacões (um espaco brutal com um lago e dezenas de bungallows espalhados pelo bosque que o rodeia) houve grande festanca! Na discoteca, gigantesca, havia música ao vivo (um deles foi o Robbie Williams), mas eu estava noutro espaco a disfrutar de um conceito que nunca tinha visto... Silent Disco. Não, não é uma discoteca sem música. Ou melhor, pode ser para alguns... Só ouve música quem colocar os headphones. Tem piada porque quando se entra não se ouve nada e vê-se o pessoal dancar e cantar. Depois pomos os phones e “entramos”na onda também! Muito bom!
Fiquei lá até às tantas e voltei para Bruxelas com os colegas com quem tinha ido e, como não podia deixar de ser, sempre a dormir. Só acordei perto de casa!
Domingo acordei tarde, algumas tarefas domésticas, e passeio... muito passeio! Dia sem carros no centro de Bruxelas e toda a gente a passear nas ruas cheias de actividades.
Segunda-feira, feriado no Reino. Fui até Ottignies (arredores de Bruxelas) visitar alguém de quem apenas me recordava vagamente. Um primo direito do meu avô, chamado Álvaro. Depois de muitos anos no Congo Belga, veio para a Bélgica, com uma pequena passagem por Vilar, onde está há 15 anos. É verdade, onde quer que vá, há sempre alguém ligado à “minha” grande terra (Por isso é que um colega de trabalho em Lisboa me perguntava se em VF éramos 3 milhões!)...
Foi muito bom conhecer melhor este primo que, entre outras coisas, tem algo em comum comigo... uma enorme admiracão pelo seu “Primo Manel”.
Tarde bem passada e regresso a Bruxelas. À noite havia embarque para outro destino: Oslo...

Bjs e Abr

Kiko

Thursday 8 May 2008

Os primeiros dias

Depois de estar instalado, num pequeno apartamento em que o meu quarto (já desarrumado ao fim de tão pouco tempo) se confunde com a sala e a cozinha (modernices nada recomendáveis para alguém tão zeloso da arrumacão como eu), chegou finalmente o dia de me apresentar ao trabalho... Em linguagem de taxista, peguei às 9h, debaixo de um sol radioso (que apaga totalmente a fama de "cinzenta" que esta cidade tem). Apanhei o autocarro amarelo da DHL numa praca a 3 min. de casa e lá fui com os meus novos colegas até ao escritório que fica um bocado afastado do centro da cidade (perto do aeroporto). Curiosamente, encontrei logo na paragem uma eslovaca, a Jana, que me tinha entrevistado, e com quem vou trabalhar muito, que foi um apoio bastante útil para não aparecer no escritório sem saber onde me dirigir.
Chegado ao escritório fui cumprimentar o boss a quem reporto (um belga de 2 metros) que me guiou pelas instalacoes e me apresentou todos os colegas de departamento que ainda não tinha conhecido no dia em que fui torturado (nas entrevistas). Tudo malta nova e com grande espírito, que me permitiu sentir-me logo integrado. Há de tudo aqui: um indiano, um turco, um irlandês, 2 espanhóis, 2 ingleses, um polaco, uma romena, um argentino (o big boss), uma sul-africana...
Apesar de o inglês predominar, é giro falar com algumas pessoas também em espanhol e no bar "arranhar" o francês. Aliás, prometi a mim mesmo que até ao final do ano vou conseguir falar francês. Comecei a esforcar-me logo no primeiro dia, quando fui comer uma tosta no café ao lado de casa e pedi "un croque monsieur et une Coca". Falei tão bem ou tão mal que o "garcon" me respondeu em inglês... :)
Bem, depois deste àparte, resta dizer que os primeiros dias de trabalho têm sido bastante agradáveis. Toda a gente tem sido muito simpática e tenho lido bastante para perceber que este negócio não é só pegar na encomenda e levá-la para outro lado. Outra diferenca em relacao a Lisboa, é que saio às 17h ou, no máximo, às 18h! Sabe bem... E tem que ser assim porque o autocarro sai às 17.10, 18.10 ou 19.10. Claro que o último já é demasiaso tarde... :p
Mas não é tudo cor-de-rosa... há, pelo menos, uma coisa vermelha... Apanhei uma conjuntivite no primeiro dia e tenho o olho feito em... papa! Esta situacao mostrou-me, mais uma vez, o tipo de gente com quem trabalho. Um colega checo ofereceu-se logo e levou-me à médica onde costuma ir. Tenho posto gotas e pomada mas isto não está com grande aspecto... O que faz com que toda a gente me pergunte "how is your eye?". A resposta é quase sempre a mesma... "as you can see...". :)
Voltemos às coisas boas... ontem combinei ir, ao final da tarde, conhecer um tuga que trabalha na Price aqui, de quem tinha as melhores referências por ser grande amigo de uma das pessoas que posso considerar que se tornaram minhas amigas após os 2 anos e meio de trabalho naquela empresa, o Sr. Silva. Combinei com o Bruno na Place du Luxembourg, mesmo em frente ao Parlamento Europeu, para bebermos uma jola. O ambiente era espantoso! Centenas de pessoas, de toda a Europa, com a sua loira na mão (também havia muitas loiras das outras) a aproveitar este sol tão raro por aqui. Era para ser só uma, mas acabei por sair de lá quase às 11 da noite... O jantar foi cevada fresquinha... As referências que tinha estavam certas... gajo porreiro e profundo conhecedor do ambiente que o rodeia... o que poderá ser uma grande ajuda. ;)
Entretanto comecei a procurar casa, tenho visto umas coisas na net e a menina da agência que me está a ajudar tem marcado as visitas... ontem foi a primeira. Uma desilusão... não quero viver numa sala que me vez de, por exemplo, um quadro, tem a cama agarrada à parede e abre-se quando é preciso. "Je n'aime pas" disse eu. Amanhã a tarde está reservada para ir com a Elisabeth (a menina da agência) para ir visitar meia dúzia de apartamentos. Espero encontrar alguma coisa de jeito para decidir já! Para além de não querer perder tempo a ver 30 mil apartamentos, a empresa só me paga o apartamento temporário durante um mês e nas próximas 2 semanas vou estar na Terra do Bacalhau.
O texto já vai longo...
Amanha (talvez) há mais...

Bjs e Abr

Kiko

Wednesday 7 May 2008

A partida...

Com dois dias de atraso, escrevo sobre um dos dias mais tristes da minha vida…
Por um lado estava ansioso que este dia chegasse, pois era o início de uma etapa que há algum tempo perseguia. Por outro lado, não queria adiar este dia ao máximo… Sabia que ia ser difícil despedir-me daqueles de quem mais gosto. Não estava enganado… foi mesmo muito difícil dizer adeus aos meus pais e manas. Sei que compreendem a decisão que tomei, mas, ao mesmo tempo, é difícil para todos nós. Apesar de hoje em dia as distâncias seram cada vez mais “reduzidas”, custa tanto como antigamente estar fisicamente distante das pessoas mais importantes das nossas vidas.
Domingo foi, sem dúvida, o auge da tristeza que as despedidas nos trazem. Já há quase um mês que andava a despedir-me de alguém, de pessoas até que se calhar nunca mais volto a ver, mas temia a hora de me despedir de quem vai sentir mais a minha falta.
Dos amigos não consegui despedir-me de todos. A viagem a Cuba (que mais tarde terá direito a um ou mais posts) impediu-me de ter oportunidade de me despedir de alguma malta em Lisboa e, sobretudo, em Vilar, onde a despedida acabou por ser à pressa, no sábado à noite, e com apenas uma mini! Muito pouco para me despedir de grandes amigos…
Bem… passados esses tristes momentos, entrei no avião e tentei dormir… Com a cabeca (desculpem mas aqui não há cedilhas) cheia de pensamentos existenciais, pouco ou nada dormi! Aterrei em Bruxelas e fui procurar o motorista que me levaria aos meus aposentos temporários. Quando vejo um puto de metro e meio com fato escuro e gravata e um letreiro a dizer DHL, não queria acreditar… Teria o “meu” motorista idade para ter carta de conducão? Todo gingão, de origem turca ou qualquer coisa do género, disse-me que o melhor amigo também era português (emigrante) e que o sol que se fazia (e faz! O que não é normal por estas paragens) era bom para beber uns copos. “Cervejas belgas” disse eu. “Não! “Isso é muito fraco para mim! Eu prefiro bebidas fortes! Bacardi Cola, Bacardi RedBull, Bacardi Ananás…”. Pronto, percebi que o meia leca gostava era de Bacardi!
Bem, depois de alguma dificuldade em encontrar a rua, pois o GPS “perdeu-se”, segundo o professional, devido ao tempo quente! É verdade, até nas notícias deu! Montes de GPS ficaram afectados por uns raios de sol a mais! Só me apetecia rir com aquela explicacão. Mas depois de 2 ou 3 restarts, o GPS lá comeceu a funcionar correctamente e finalmente demos com a Maihillionlann, ou, em francês, Avenue Leon Mahillion. Zona muit tranquila e agradável, apesar de ficar na terrível “commune” de Scharbeek (Bruxelas está dividida em 19 comunas (em português de emigrante) que podemos considerer as nossas freguesias). Scharbeek é conhecida por ser uma comuna com muita imigracao e criminalidade, mas eu fiquei na parte boa! Que está a 5 minutos a pé da Place Schuman onde está sediada a Comissão Europeia. E como é óbvio os senhores não iam localizar o centro de decisões da Europa ao pé de um bairro tipo Musganheira, não é verdade?
Bem, haveria muito para dizer ainda, mas como estou no meu horário de trabalho (sobre o qual escreverei talvez amanhã) terei que parar por aqui…
Até amanhã.

Kiko