Sunday 16 November 2008

Crónicas de Luanda

Tenho andado afastado deste espaço por duas razões: falta de tempo e, sobretudo, falta de acesso a internet.
Desde o último domingo que estou em Luanda, depois de um excelente fim-de-semana em Lisboa com a família e os amigos.
No dia em que cheguei, fui directamente para a guest house em que a empresa me colocou devido à dificuldade que existe aqui em conseguir reserva num hotel. Fiquei bastante surpreendido com a qualidade da mesma, que não ficava nada a dever aos “meus”aposentos habituais nesta cidade. Acabado de instalar, jantei à pressa pois queria ver o clássico. Para os que tanto esperam os meus comentários acerca do jogo, apenas tenho a dizer que foi uma excelente jogo. Gostei muito da primeira parte do Sporting, depois fomos “abaixo” na segunda e o árbitro estragou o jogo. Errou para ambos os lados mostrando a sua já reconhecida falta de qualidade. Uma vergonha!
Adiante. Nos primeiros 2 dias da semana, houve muito pouco trabalho pois na terça era feriado (Dia da Independência de Angola), o que levou muita gente a faltar também na segunda. Deu para ir até à praia e apanhar um pouco de sol. A destacar só mesmo o facto de ter tido que mudar na segunda noite para outra guest house... que era um apartamento num prédio que assustava só de ver por fora. Uma experiência para recordar. Nem conseguia adormecer com receio de que algo me pudesse acontecer naquele antro... Mas, como estava ainda cansado do fim-de-semana lá adormeci e tudo passou. De manhã fiz as malas e finalmente conseguiram-nos um quarto no Hotel Presidente mesmo em frente à baía e a 2 minutos a pé do escritório. Só espero é que não haja mais mudanças, porque parece-me que não há confirmação de que ficamos aqui até final. Como aprendi na primeira vez que aqui vim... quando dizem “não se preocupe” é quando eu me começo realmente a preocupar!!!
Mas claro que há algumas coisas que me fazem gostar muito disto. Para além do clima (temperaturas à volta de 30 graus, em contraste com o frio que haverá agora na Europa), as jantaradas à base de marisco e caipirinhas de maracujá, as noitadas e a praia. De tudo isto tenho aproveitado nestes dias.
Ontem fomos até à ilha do Mussulo, o paraíso a 30 minutos, de barco, deste caos. Excelente dia de praia que resultou, como é óbvio, em escaldão. No entanto sabe sempre bem ganhar uma corzinha, que não tive no último verão.
Resumindo, tem sido uma semana bem passada com os dois colegas espanhóis que se têm esforçado por aprender português. Como para além de mim vão aprendendo umas palavras com angolanos, é de partir a rir ouvi-los dizer expressões tipicamente locais (com sotaque palanca, claro) como “dia do homem”, “gasosa”, “varrer umas chupetas”. Falando em rir com expressões de angolanos, tenho registados mais alguns clássicos: “a minha família vive a norte de Lisboa, na cidade invicta do Porto”, “isto vai ser uma muito maravilhosa metrópole, de se lhe tirar o chapéu”, “não podemos ir por essa rua porque vai ser método de tentativa-errro, vai haver engarrafamento”, “o meu filho está a vivenciar a sua vida conjugal, na companhia da sua dama que escolheu para casar”. Só alguns exemplos que me lembrei agora. Escritos podem não ter piada mas, entoados pelo característico sotaque angolano entre conversas no habitual português muito formal, fazem-me fartar de rir.
Mais histórias virão...

Bjs e Abr

Kiko

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